Fatores Determinantes do Comportamento Empreendedor de Concluintes do Curso de Ciências Contábeis
Resumo
Esta pesquisa teve como objetivo analisar os fatores determinantes do comportamento empreendedor de concluintes do curso de Ciências Contábeis oferecido por Instituição de Ensino Superior (IES) da cidade de São Paulo, no ano de 2019. Realizou-se uma pesquisa descritiva-quantitativa. Os dados foram coletados por meio de questionário, aplicado in loco, e analisados por métodos estatísticos. Constatou-se que traços de “personalidade” como percepções de autoeficácia, direcionadas para elementos comportamentais como liderança e maturidade, e “elementos contextuais” direcionados para acesso a capital, redes sociais e informações foram variáveis que indicaram niveis de significância positivos nas intenções de empreender dos respondentes. Todavia, fatores “demograficos” como idade, sexo e experiência profissional, e “atitudinais” como necessidade de realização e lócus de controle foram variáveis que não tiveram impactos estatisticamente significativos nas intenções de empreender no contexto estudado. Conclui-se, assim, pela adequação do modelo no contexto econômico brasileiro e que a motivação para empreender é condicionada não apenas por fatores pessoais, mas também econômicos, sociais e culturais, reforçando a ideia de que, além da motivação para a criação de novos empreendimentos, o sucesso nos negócios requer aprendizagem empreendedora e aquisição de competências para empreender.Referências
Arenius, P., & Minniti, M. (2005). Perceptual variables and nascent entrepreneurship. Small Business Economics, 24(3), 233-247.
Baggio, A. F., & Baggio, D. K. (2015). Empreendedorismo: Conceitos e definições. Revista de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia, 1(1), 25-38.
Bosma, N., Hessels, J., Schutjens, V., Praag, M., & Verheul, I. (2012) Entrepreneurship and role models. Journal of Economic Psychology, 33(2), 410-424.
Bird, B., & Schjoedt, L. (2009). Entrepreneurial behavior: Its nature, scope, recent research, and agenda for future research. In Understanding the entrepreneurial mind (pp. 327–358).
Springer, New York.
Boyles, T. (2012). 21st century knowledge, skills, and abilities and entrepreneurial competence: a model for undergraduate entrepreneurship education. Journal of Entrepreneurship Education, 15(1), 41-55.
Brei, V. A., & Liberali Neto, G. (2006). O uso da técnica de modelagem em equações estruturais na área de marketing: um estudo comparativo entre publicações no Brasil e no exterior. Revista de Administração Contemporânea, 10(4), 131-151.
Chell, E. (2008). The nascent entrepreneur, business development and the role of human resources. In R. Barrett & S. Mayson. (Ed). International handbook of entrepreneurship and HRM (pp. 21- 46). Cheltenham: Edward Elgar.
Chipeta, E. M., & Surujlal, J. (2017). Influence of attitude, risk taking propensity and proactive personality on social entrepreneurship intentions. Polish Journal of Management Studies, 15.
Chlosta, S., Patzelt, H., Klein, S. B., & Dormann, C. (2012) Parental role models and the decision to become self-employed: The moderating effect of personality. Small Business Economics, 38(1), 121-138.
Collis, J., & Hussey, R. (2005). Pesquisa em administração: Um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação (2a ed.). Porto Alegre: Bookman.
da Costa, T. G., & Mares, P. (2016). Factors affecting students’ entrepreneurial intentions of Polytechnic Institute of Setubal: a cognitive approach. Revista de Administração, Contabilidade e Economia da Fundace, 7(1).
Cunha, J. A. (2007). Psicodiagnóstico-v. (5a ed.). Porto Alegre: Artmed.
Darmanto, S., & Yuliari, G. (2018). Mediating role of entrepreneurial self efficacy in developing entrepreneurial behavior of entrepreneur students. Academy of Entrepreneurship Journal, 24(1), 1-14.
Dolabela, F. (1999). Oficina do empreendedor: A metodologia de ensino que ajuda a transformar conhecimento em riqueza. Rio de Janeiro: Sextante.
Dolabela, F. (2008a). O segredo de Luísa: Uma ideia, uma paixão e um plano de negócios: Como nasce o empreendedor e se cria uma empresa. Rio de Janeiro: Sextante.
Dolabela, F. (2008b). Oficina do empreendedor: A metodologia de ensino que ajuda a transformar conhecimento em riqueza. Rio de Janeiro: Sextante.
Dornelas, J. C. A. (2001). Empreendedorismo: Transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus.
Dornelas, J. C. A. (2003). Empreendedorismo corporativo. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil.
Dornelas, J. C. A. (2008). Empreendedorismo: Transformando ideias em negócios. (3a ed.) Rio de Janeiro: Elsevier.
Faul, F., Erdfelder, E., Buchner, A., & Lang, A.G. (2009). Statistical power analyses using G*Power 3.1: Tests for correlation and regression analyses. Behavior Research Methods, 41, 1149-1160.
Fávero, L. P., & Belfiori, P. (2017). Manual de análise de dados: Estatística e modelagem multivariada com Excel, SPSS e Stata. Rio de Janeiro: Elsevier.
Filion, L. J. (1999) Empreendedorismo: Empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos negócios. Revista de Administração, 34(2), 05-28.
Fuller, B., Liu, Y., Bajaba, S., Marler, L. E., & Pratt, J. (2018). Examining how the personality, self-efficacy, and anticipatory cognitions of potential entrepreneurs shape their entrepreneurial intentions. Personality and Individual Differences, 125, 120-125.
Giacomin, O., Janssen, F., Pruett, M., Shinnar, R. S., Llopis, F., & Toney, B. (2010). Entrepreneurial intentions, motivations and barriers: Differences among American, Asian and European students. International Entrepreneurship and Management Journal, 7(2), 219-238.
Gomes, A. F. (2011). O empreendedorismo como uma alavanca para o desenvolvimento local. REA-Revista Eletrônica de Administração, 4(2). Recuperado de http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/%20rea/article/view/192
Hair Jr., J. F., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise multivariada de dados. (6a ed.). Porto Alegre: Bookman.
Hair Jr, J. F., Gabriel, M. L. D. D. S., & Patel, V. K. (2014a). Modelagem de equações estruturais baseada em covariância (CB-SEM) com o AMOS: Orientações sobre a sua aplicação como uma ferramenta de pesquisa de marketing. Revista Brasileira de Marketing, 13(2), 44-55.
Hair Jr., J. F., Hult, G. T., Ringle, C.M., & Sarstedt, M. (2014b) A primer on partial least square structural equation modeling (PLS-SEM). California: Sage Publications.
Harper, D. A. (2008). Towards a theory of entrepreneurial teams. Journal of Business Venturing, 23(6), 613-626.
Hecke, A. P. (2011). A intenção empreendedora dos alunos concluintes dos cursos de graduação em administração em ciências contábeis das instituições de ensino superior de Curitiba-PR. (Dissertação de mestrado). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil.
Hisrich, R. D., & Peters, M. P. (1998). Entrepreneurship. Boston: Irwin/McGraw-Hill.
Hisrich, R. D., & Peters, M. P. (2004). Empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman.
Hisrich, R. D., Peters, M. P., & Shepherd, D. A. (2008). The nature and importance of entrepreneurship. New York: Entrepreneurship.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Brasil, 2010.
Indarti, N., & Kristiansen, S. (2003). Determinants of entrepreneurial intention: The case of Norwegian students. Gadjah Mada International Journal of Business, 5(1), 79-95.
Iudícibus, S., & Marion, J. C. (2002). Introdução à teoria da contabilidade (3a ed). São Paulo: Atlas.
Kristiansen, S. (2001). Promoting African pioneers in business: what makes a context conducive to small-scale entrepreneurship? The Journal of Entrepreneurship, 10(1), 43-69.
Kristiansen, S. (2002). Individual perception of business contexts: The case of small-scale entrepreneurs in Tanzania. Journal of Developmental Entrepreneurship, 7(3), 283.
Kristiansen, S., & Ryen, A. (2002). Enacting their business environment: Asian entrepreneurs in East Africa. African and Asian Studies, 1(3), 165-186.
Landström, H., & Harirchi, G. (2019). That’s Interesting in Entrepreneurship Research. Journal of Small Business Management, 57, 507-529.
Lee, J. (1997). The motivation of women entrepreneurs in Singapore. International Journal of Entrepreneurial Behaviour and Research, 3(2), 93-110.
Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Congresso Nacional. Recuperado de http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf
Lei n. 12.249, de 11 de junho de 2010. (...) altera (...) os Decretos-Leis n. 9.295, de 27 de maio de 1946, (...) e dá outras providências. Brasília: Congresso Nacional. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12249.htm
Lima, E., Nassif, V., Lopes, R., & Silva, D. (2014) Educação superior em empreendedorismo e intenções empreendedoras dos estudantes–relatório do estudo GUESS Brasil 2013-2014. Caderno de Pesquisa, Grupo APOE, Grupo de Estudo sobre Administração de Pequenas Organizações e Empreendedorismo, PPGA-UNINOVE, (3).
Lin, D., Foster, D. P., & Ungar, L. H. (2011). VIF regression: a fast regression algorithm for large data. Journal of the American Statistical Association, 106(493), 232-247.
Mahotra, N. (2019). Pesquisa de Marketing: Uma orientação aplicada. (7a ed.). São Paulo: Bookman.
Mazzarol, T., Volery, T., Doss, N., & Thein, V. (1999). Fatores que influenciam a empresa de pequeno porte iniciantes. Jornal Internacional de Comportamento Empreendedor e Pesquisa, 5(2), 48-63.
McClelland, D. C. (1961) The achieving society. Princeton: Van Nostrand.
McClelland, D. C. (1972) A sociedade competitiva. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura.
Moore, D. S. (2010). The basic practice of statistics (5a ed.). New York: WH Freeman and Company.
Nascimento, T. C., Dantas, A. de B., Santos, P. da C. F. dos, Veras, M., & Costa Junior, A. G. da. (2011). A metodologia de Kristiansen e Indarti para identificar intenção empreendedora em estudantes de ensino superior: Comparando resultados obtidos na Noruega, Indonésia e Alagoas. Revista de Negócios, 15(3), 67-86.
Neneh, B. N. (2019). From entrepreneurial intentions to behavior: The role of anticipated regret and proactive personality. Journal of Vocational Behavior, 112, 311-324.
Pereira, I. M., de Oliveira, D. R., Valadares, J. L., & Emmendoerfer, M. L. (2016). Comportamento empreendedor no setor público: análise comparada de dois presidentes do Brasil. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, 5(2), 51-76.
Pereira, I., Oliveira, B. M. F., Vieira, D. A., Laguía, A., Moriano, J. A., & Soares, V. J. S. (2016). Intenção empreendedora em estudantes universitários: Adaptação e validação de uma escala (QIE). Avaliação Psicológica, 15(2), 187-196.
Resolução CNE/CES n. 6, de 10 de março de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Ciências Contábeis, bacharelado, e dá outras providências. Recuperado de http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces06_04.pdf
Richardson, R. J., Peres, J. D. S., Wanderley, J., Correia, L., & Peres, M. (2012). Pesquisa social: Métodos e técnicas. São Paulo: Atlas.
Robbins, S. P. (2005). Comportamento organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall.
Rodrigues, A. T. L., de França, J. A., Boarin, J. J., Coelho, J. M. A., Carneiro, J. D., Bugarim, M. C. C., & Morais, M. L. S. de (2009). Proposta nacional de conteúdo para o curso de graduação em Ciências Contábeis. Brasília: Fundação Brasileira de Contabilidade.
Rodrigues, I. L., Machado, D.de Q., Reinaldo, H. O. A., Alcântara, S. R. A. S. de, & Silva, L. M. T. (2019). Intenção empreendedora em estudantes de administração: Um estudo com estudantes da Universidade Federal do Ceará. REMIPE-Revista de Micro e Pequenas Empresas e Empreendedorismo da Fatec Osasco, 5(1), 65-84.
Sales, A. H., & Souza Neto, S. P. de. (2004) Empreendedorismo nas micro e pequenas empresas no Brasil. In: Encontro da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Administração, Curitiba.
Sampieri, R. H., Collado, C. F., & Lucio, P. B. (2013). Metodologia de pesquisa (5a ed.). Porto Alegre: Penso.
Santos, S. C., Caetano, A., & Curral, L. (2010) Atitude dos estudantes universitários face ao empreendedorismo: Como identificar o potencial empreendedor. Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão, 9(4), 2-14. Recuperado de http://www.scielo.mec.pt/pdf/rpbg/v9n4/v9n4a02.pdf
Sarkar, S. (2007). Empreendedorismo e inovação. Lisboa: Escolar.
Schumpeter, J. A. (1934) The theory of economic development. Oxford: Oxford University.
Schein, E. Organizational Culture and Leadership. San Francisco: Jossey-Bass Publishers, 1985.
Shinnar, R. S., Giacomin, O., & Janssen, F. (2012) Entrepreneurial perceptions and intentions: The role of gender and culture. Entrepreneurship Theory and Practice, 36(3), 465-493.
Silva, M. C. P. (2015). Estudo das exigências programáticas nos exames de suficiência e provas do Enade para o curso de Ciências Contábeis. (Trabalho de conclusão de curso). Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.
Silva, V. R. D. (2016). ENADE e fluxo curricular nos cursos de graduação em ciências contábeis no Brasil. (Trabalho de conclusão de curso). Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil.
Sinha, T. N. (1996) Human factors in entrepreneurship effectiveness. The Journal of Entrepreneurship, 5(1), 23-39.
Slomski, V. G., Rocha, L. F., Xavier, V. V. N. T., & de Carvalho, R. F. (2013). Percepções sobre metodologias incentivadoras de intenções empreendedoras em alunos concluintes de um curso de ciências contábeis oferecido por uma instituição de ensino superior da cidade de São Paulo. Ciências Sociais Aplicadas em Revista, 13(24), 119-135.
Souza, E. C. L. de., & Guimarães, T. de A. (2005) Empreendedorismo além do plano de negócio. São Paulo: Atlas.
Teixeira, V. V. N. (2015). Percepções de concluintes sobre competências empreendedoras adquiridas nos cursos de Ciências Contábeis oferecidos por universidades federais do Estado da Paraíba. (Dissertação de mestrado). Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, São Paulo, SP, Brasil.
Thompson, E. R. (2009). Individual entrepreneurial intent: Construct clarification and development of an internationally reliable metric. Entrepreneurship Theory and Practice, 33(3), 669-694.
Van Gelderen, M., Kautonen, T., Wincent, J., & Biniari, M. (2018). Implementation intentions in the entrepreneurial process: concept, empirical findings, and research agenda. Small Business Economics, 51(4), 923-941.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os textos publicados na revista são de inteira responsabilidade de seus autores. Permite-se a reprodução desde que citada a fonte e o autor.